O pobre Rouco olhou envergonhado para os pezitos. Porque não entendiam que não podia juntar-se aos outros?
– Vamos lá, outra vez. Um, dois, três...
Todos da turma começaram a cantar. Bom, todos menos um. Todos menos Rouco...
O Professor começava a perder a paciência mas, para grande satisfação de Rouco, não interrompeu a cantoria dos colegas.
– Muito bem, turma, portaram-se muito bem. Encontramo-nos amanhã no mesmo sítio, à mesma hora...Rouco, tu não. Fica. Precisamos ter uma conversinha, tu e eu.
– Adeus, Professor. – cantarolaram alegremente os rouxinóis ao levantarem voo.
– Então, Rouco...Posso saber porque não cantas como os teus colegas?
Rouco estava vermelho de embaraço. Já em casa era sempre a mesma conversa: «Porque não cantas? Porque não cantas?»
– Então, avezinha, que tens a dizer?...Nada?...Pois, então, não te vais embora sem cantares a última canção. Vamos, um, dois, três...
E para surpresa do Professor Rouxinol e das lagartas, lagartixas, e dos outros bicharocos que se encontravam por perto, Rouco cantou com uma voz de ouro.
– Mas...fantástico! Rouco, tens uma voz fabulosa. Porque não cantas com os outrros?
– É que, Professor, não me apetece...
– Como que não te apetece?!? É o que fazemos. Nós os rouxinóis cantamos. Que mais pensas fazer quando fores grande?
– Não sei, Professor, ainda não sei o que quero ser quando for grande. Só sei que quando for grande não quero ser cantor. Quando canto não consigo ouvir a música do vento, da água a correr, das canções dos rouxinóis e dos pintassílgos, dos grilos e das cigarras...
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